são martinho do porto é maravilhoso!Mais um intervalo sem escrever. Sinceramente, lendo os últimos textos que escrevi, não gosto muito do que leio, mas foi o que foi e assim se manterá. Volto a escrever e começo por descrever a minha passagem de ano. Foi diferente, pois passei-a a trabalhar.
Já sabia, há cerca de um mês que ía fazer uma festa trance, na Praia do Pedrogão, durante a passagem de ano. Assim e como é perto de São Martinho, optei por, no dia 27 de Dezembro, ir para São Martinho descansar. Assim foi. No Sábado, o Edgar e o Hugo vieram ter comigo e passamos um bocadinho numa esplanada em frente à Baía, antes de arrancarmos. Arrancámos e demorámos cerca de meia-hora a chegar ao nosso destino. O parque dos Bungalows onde íamos ficar.
o nosso barracoDescarregámos as coisas, pelo meio eu reparei numa "caixa" castanha, grande (2 metros por 2 metros. sensivelmente) que estava à frente do nosso Bungalow. De seguida fomos para o local da festa (Parque de Campismo da Praia do Pedrogão). Chegámos lá, "pegámos" no Vasquinho (quem organiza as entradas desta festa) e fomos jantar.
enquanto jantávamos, víamos a praia do pedrogão
Jantámos bem e, mais uma vez, para a festa. Eram quase nove da noite e nós tinhamos a noite toda, até às nove da manhã para vergar a mola. Tinhamos como objectivo, cobrar os bilhetes e colocar umas pulseirinhas daquelas que não rebentam e permitem assim entrar e sair da festa à vontade. A noite correu bem, sem muito movimento, Tivémos até, durante várias horas, a companhia do duo fantástico e não, não estou a falar do Batman e do Robin. Eram mesmo uns bezanos que queriam entrar para curtir um "Trance Folclórico", mas só tinham dinheiro para um bilhete. Aquilo foi um riso! Escrito, não tem a mínima piada, mas que o espetáculo nocturno nos divertiu, lá isso divertiu.
um dos membros do duo, a curtir o "trance floclórico"
O espectáculo de variedades teve direito a encore já de manhã, quando os seguranças os trouxeram para fora da festa - saltaram a rede do parque para entrar e um deles rasgou-se todo - e já vinham com "os olhos cheios de lécedê". Pelo menos foi o que disseram.
Isto foi só um bocado do que vimos. Porque houve travestis; brasileiros a sairem da festa com "travestxí" e a jurarem a pés juntos que não era homem porque "metxi a mão no pacotxi e não txinha nada não, cara"; uma versão de cabelo liso do Rocha do Duarte & Companhia a cantar uma música só para nós; a Ana Veloso que fazia sempre uma festa quando entrava e até houve Peter Pam. Peter Pam, mesmo! Eu explico:
Estava naquela festa um casal, maravilhoso, fantástico. Chamavam-se Pedro e Pamela, daí o Peter and Pam e daí o Peter Pam! Um casal Português que vive na Holanda e frequenta regularmente, este tipo de festas. Tem uma atitude muito espiritual e são duma doçura, gentileza e educação fantásticas. Estávamos sempre algum tempo a falar à porta, cada vez que eles por lá passavam. Adorei conhecer-vos e adorei ver a cara desconfiada do Edgar a trincar o brigadeiro que vocês nos trouxeram. Nitidamente com medo que tivesse algum extra!!
Todas as manhãs, após as doze horas de trabalho, íamos tomar o pequeno almoço a um café com fabrico próprio e com vista para a praia. Comi uns croissants mistos e uns pães com chouriço que pareciam caídos do céu. Eram - adoro esta palavra. Preparados? - DIVINAIS!!
olhó croissant!!
Adorei o amanhecer de cada dia. Tinhamos o previlégio de ver nascer o sol, por entre os pinheiros e esse momento era o que nos dava força para continuar, numa altura em que as forças já não era muitas. Basicamente, sabíamos que com o nascer do sol, se aproximava a hora de irmos embora, comer os tais croissants, com vista para o mar!
o belo amanhecer que nos era proporcionado
Tudo o que descrevi acima, aconteceu durante o primeiro dia, havendo algumas coisas que se repetiram durante os outros dias e outras que não. O pequeno-almoço e o amanhecer, foram repetentes, assim como o convívio com Peter and Pam, que era uma constante e que era muito bom. O convívio com eles, transmitia-me tranquilidade e paz interior. Era sempre bom estar à conversa com eles e muitas vezes deixávamos pessoal à espera, só para estarmos um bocado a falar.
Depois deste primeiro dia e do pequeno-almoço, lá fomos nós para o bungalow. A caminho do bungalow, a minha curiosidade não resistiu e tive que ir ver o que era aquela caixa castanha, que assentava arraiais em pleno jardim, mesmo à porta do nosso bungalow! Seria um sinal?! ERA!! Destapei aquilo e era um JACUZZI!!! Não disse nada ao Edgar e ao Hugo, pois já estávamos programados para descansar. Guardei a boa nova para quando já estávamos a laborar, na segunda noite. A decisão foi unânime! Após o final do trabalho do segundo dia, íamos para o jacuzzi! E assim foi! Três horas de jacuzzi, numa água a 33º, enquanto cá fora não estariam mais de 6º, quase nos transformavam em passas! Mas foi muito bom!! UUUUIIIII!!
a caixa de pandora
O resto do tempo foi a gozar com o pessoal que connosco trabalhava, por não terem experimentado as bolhinhas a beterem no corpo. Temos pena! Depois disto, ficou a faltar um dia, ou melhor, noite de trabalho, apenas. Essa noite e posterior manhã não foram fáceis. Foi das nove da noite de 31 até às duas da tarde de 01. A paciência já era quase nula, assim como as forças nas pernas. O frio era demasiado - chegaram a estar zero graus - e embora todos nos tivéssemos lembrado de levar gorros e luvas, não deixávamos de passar por um calor esquisito. Nórdico talvez!
não íamos assaltar nenhum banco estava era frio
Todos os dias foram passados à porta da festa ou a caminho desta. Só mesmo na última noite fomos lá dentro e tivémos oportunidade de viver um pouco do ambiente duma festa trance, que já todos conhecemos, mas, pelo menos eu, gosto sempre de ir à festa e estar lá. Ver a decoração e ouvir um bocadinho da música! O DanceFloor é sempre uma coisa espetacular. A iluminação colorida, berrante e constantemente a mudar.
se olharem, ao nível das cabeças, lá ao fundo, ao meio, vêm a malabarista de fogo
A meia-noite, foi passada com toda a equipe de seguranças, à porta, a abrir uma garrafa de champanhe. Fechámos as portas e ninguém entrou nesse período.
Assim foi a minha passagem de ano de 2007 para 2008. Diverti-me? Sim. Podia ter-me divertido mais, se não estivesse a trabalhar? Penso que sim. Cansei-me? Sem dúvida que sim! Ganhei dinheiro? Oui! Se voltasse atrás voltaria a passar o ano a trabalhar? Claro! No fundo, estive com pessoas boas, pessoas giras, pessoas divertidas e amigos. Ri-me às gargalhadas por mais do que uma vez e no meio disto tudo ainda ganhei dinheiro! Que mais se pode querer?
Para todos de quem eu gosto e que gostam de mim, mesmo que não nos falemos tanto como gostaríamos, desejo no meu íntimo e não só, que o ano de 2008 seja muito, mas mesmo muito bom! Tudo do melhor, sabendo à partida que vamos ter momentos altos e momentos baixos. Que os altos sejam mais do que os baixos e recordemos principalmente esses momentos altos!
P.S. - Adivinhem uma das prendas que tive no Natal. Pois foi! Uma máquina fotográfica, que eu ofereci a mim mesmo. Nota-se, não?