21 dezembro 2007

olé


Este post é dedicado às touradas! Às touradas que são, os encornanços ou traições, se quisermos ser mais meigos, que acontecem nalgumas relações.

Falando por mim, posso dizer que já estive dos dois lados da barricada (1-4), começando por fazer parte daqueles que se encontram no lado melhor, se é que no meio disto tudo há um lado melhor, e menos doloroso. Teria uns 19 ou 20 anos, trabalhava no 118 (serviço informativo) e envolvi-me com a P que na altura namorava. Tudo não passou de algo muito superficial que durou, apenas alguns dias. Isto porque eu não me sentia bem com a situação.

No que diz respeito a ser "encornado", direi que fui um unicórnio. Unicórnio porque, felizmente ou infelizmente (quanto a mim, infelizmente), nunca tive a certeza, embora todos os indícios apontassem para isso!
Devo dizer que não foi uma situação em que tivesse gostado de estar (DAH!!). Não pela situação em si, mas por aquilo em que a situação me tornou - e isto pode parecer piada, mas não é -, um animal cego, raivoso e capaz de quase tudo para obter as certezas que ainda hoje não tenho. Cometi as maiores atrocidades nesse período e tive, entre várias atitudes de que me arrependo, a atitude de que mais me arrependo e arrependerei em toda a minha vida. Num acto de puro egoísmo e egocêntrismo, tive o descaramento de questionar a minha Mãe acerca de algo que a minha ex-namorada tinha afirmado que ela lhe pedira, relativamente a mim. Isto enquanto a minha Mãe vivia, numa cama, aqueles que, quer ela quer eu, sabíamos serem os seus últimos dias! Nunca me perdoarei...

Logo após o estoiro da relação (que foi a minha primeira e única) que tinha, envolvi-me com a R, que era uma rapariga com quem trabalhava. Tudo, e tudo quer dizer beijos, acontecia no local de trabalho. Sempre que um se levantava para ir à copa ou ao WC, o outro aguardava um ou dois minutos e ia de seguida. Depois beijávamo-nos, com medo que surgisse alguém! Entretanto ela engravidou, do namorado, e isso alterou as prioridades dela, o que compreendo!

Há pouco mais de um ano e meio, conheci a J numa discoteca. Logo nessa altura gostei dela. Nada se passou nessa noite, a não ser conversa. o que apenas solidificou a minha primeira ideía. Da segunda vez que nos cruzámos, aí sim passou-se. Passou-se ela e passei-me eu!! Depois dessa segunda vez, estivemos juntos mais uma vez e nunca mais nos vimos ou falámos, por opção dela, que eu respeito. Sei o nome dela e sei onde ela estuda, mas nah...

Mais recentemente, envolvi-me com a I. Este envolvimento (feia a palavra, mas não me parece bem dizer relação) foi mais longe do que qualquer um dos anteriores. Durou mais de meio ano e apaixonámo-nos verdadeiramente. Ambos pensámos, em determinadas alturas, que podíamos ficar juntos, mas ambos sabíamos que não iria resultar.
Foi de tal maneira intenso que até tivemos discussões, amuos e ciúmes!! E no momento em que a separação se tornou inveitável , chorámos os dois, abraçados!
Depois dessa suposta inevitável separação, ainda estivemos juntos um par de vezes, mas já não era a mesma coisa. Porque era mesmo inevitável e porque entretanto conheci alguém que me deu a volta à cabeça, como apenas uma pessoa o fez!

Todo este texto para quê? Para me gabar? "Ah e tal! Eu sou um garanhão!" ou se calhar algum destruidor de lares que não respeita nada nem ninguém! Não!! Tudo isto, simplesmente para desabafar e também para tentar perceber se isto é normal! É que já começo a ficar farto, apesar de nestas coisas "apenas" termos o gozo das partes melhores duma relação. Mas ainda assim...
Será que sou eu que procuro as Mulheres comprometidas? Acho sinceramente que não! Será que são elas que me procuram a mim? Também acho sinceramente que não! Será que simplesmente acontece? Acho que sim!

Independentemente de tudo isto, em todas as situações (incluíndo a minha relação), que descrevi, existia insatisfação com a relação! Se assim é, porquê continuar a alimentar algo que, todos sabemos, já se alimenta de nós? Posso dizer, que no primeiro caso de que falei, com a P, a relação que ela tinha e com a qual não estava satisfeita, manteve-se durante mais ou menos dez anos tendo acabado há sensivelmente um ano. Ou seja, foram praticamente dez anos (!!!) de entrega a uma relação condenada há já muito tempo. E nesses dez anos que oportunidades espreitaram a P, sem que ela se importasse ou sequer as visse? E quando falo de oportunidades, não falo só de oportunidades de novas relações. Falo de carreiras e concretizações pessoais que ficam para segundo plano a partir do momento em que assumimos certos compromissos!

Perdemos demasiado tempo em touradas...

Gostaria de acrescentar que, apesar do tom irónico ou cómico que possa transparecer neste texto, tudo o que aqui escrevo não o faço de ânimo leve ou sequer com orgulho. São situações complicadas e difíceis de viver, seja qual for a posição que tenhamos no meio da tourada.

1 comentário:

Check-in disse...

Se mete touradas estou lá de certeza...ou não fosse o meu signo! Não te julgues o patinho feio da história.Às vezes fico a pensar que a minha vida dava uma boa telenovela mexicana! Acho que até as situações mais estranhas fazem parte da vivência! Ainda que ande tudo à procura do mesmo. Respira fundo. Afinal a felicidade, de tão relativa, pode estar ao virar da esquina...

Beijo meu*