
21 dezembro 2007
moral

olé

Falando por mim, posso dizer que já estive dos dois lados da barricada (1-4), começando por fazer parte daqueles que se encontram no lado melhor, se é que no meio disto tudo há um lado melhor, e menos doloroso. Teria uns 19 ou 20 anos, trabalhava no 118 (serviço informativo) e envolvi-me com a P que na altura namorava. Tudo não passou de algo muito superficial que durou, apenas alguns dias. Isto porque eu não me sentia bem com a situação.
No que diz respeito a ser "encornado", direi que fui um unicórnio. Unicórnio porque, felizmente ou infelizmente (quanto a mim, infelizmente), nunca tive a certeza, embora todos os indícios apontassem para isso!
Logo após o estoiro da relação (que foi a minha primeira e única) que tinha, envolvi-me com a R, que era uma rapariga com quem trabalhava. Tudo, e tudo quer dizer beijos, acontecia no local de trabalho. Sempre que um se levantava para ir à copa ou ao WC, o outro aguardava um ou dois minutos e ia de seguida. Depois beijávamo-nos, com medo que surgisse alguém! Entretanto ela engravidou, do namorado, e isso alterou as prioridades dela, o que compreendo!
Há pouco mais de um ano e meio, conheci a J numa discoteca. Logo nessa altura gostei dela. Nada se passou nessa noite, a não ser conversa. o que apenas solidificou a minha primeira ideía. Da segunda vez que nos cruzámos, aí sim passou-se. Passou-se ela e passei-me eu!! Depois dessa segunda vez, estivemos juntos mais uma vez e nunca mais nos vimos ou falámos, por opção dela, que eu respeito. Sei o nome dela e sei onde ela estuda, mas nah...
Mais recentemente, envolvi-me com a I. Este envolvimento (feia a palavra, mas não me parece bem dizer relação) foi mais longe do que qualquer um dos anteriores. Durou mais de meio ano e apaixonámo-nos verdadeiramente. Ambos pensámos, em determinadas alturas, que podíamos ficar juntos, mas ambos sabíamos que não iria resultar.
Todo este texto para quê? Para me gabar? "Ah e tal! Eu sou um garanhão!" ou se calhar algum destruidor de lares que não respeita nada nem ninguém! Não!! Tudo isto, simplesmente para desabafar e também para tentar perceber se isto é normal! É que já começo a ficar farto, apesar de nestas coisas "apenas" termos o gozo das partes melhores duma relação. Mas ainda assim...
Independentemente de tudo isto, em todas as situações (incluíndo a minha relação), que descrevi, existia insatisfação com a relação! Se assim é, porquê continuar a alimentar algo que, todos sabemos, já se alimenta de nós? Posso dizer, que no primeiro caso de que falei, com a P, a relação que ela tinha e com a qual não estava satisfeita, manteve-se durante mais ou menos dez anos tendo acabado há sensivelmente um ano. Ou seja, foram praticamente dez anos (!!!) de entrega a uma relação condenada há já muito tempo. E nesses dez anos que oportunidades espreitaram a P, sem que ela se importasse ou sequer as visse? E quando falo de oportunidades, não falo só de oportunidades de novas relações. Falo de carreiras e concretizações pessoais que ficam para segundo plano a partir do momento em que assumimos certos compromissos!
Perdemos demasiado tempo em touradas...
Gostaria de acrescentar que, apesar do tom irónico ou cómico que possa transparecer neste texto, tudo o que aqui escrevo não o faço de ânimo leve ou sequer com orgulho. São situações complicadas e difíceis de viver, seja qual for a posição que tenhamos no meio da tourada.
07 dezembro 2007
scorpions

A maior parte das pessoas, eram pessoas entre os trinta e os cinquenta anos. Alguns tiraram, do armário aqueles blusões e coletes de ganga, que se usavam, cheios de nomes, símbolos de bandas e caveiras cozidos. Algo que sempre pedi à minha Mãe, mas que ela nunca foi na conversa!
Durante o concerto o vocalista esteve constantemente a mandar baquetas para o público o que achei porreiro. Gostei também do facto de, logo de início, ele ter trazido uma bandeira de Portugal para o palco e estiveram a tocar o tempo todo com a bandeira, ora às costas, ora na bateria, ora no gongo que estava por detrás da bateria.
A única coisa de que não gostei, foi da minha estúpida ingenuidade, no que a concertos diz respeito. É que o último concerto que fui ver, foi o de Lenny Kravitz, no Restelo. Basicamente, o que aconteceu foi que eu queria levar uma máquina fotográfica, como é óbvio. Mas quando li o bilhete - diz que é proibido -, resolvi não arriscar. QUANDO ENTREI NO PAVILHÃO E COMECEI A VER FLASHES, EM TUDO QUANTO ERA SÍTIO...
04 dezembro 2007
alguém quer ir ver scorpions?!
Este é o meu horóscopo de hoje!
Eu fiquei a matutar no que li. Lembrei-me que até queria ir ver o American Gangster e decidi que seria hoje!
Fui à Catedral do Consumismo (Colombo) almoçar e de repente uma ideía tresloucada irrompeu pela minha mente atrofiada:
E se ainda tiverem bilhetes para os Scorpions?!
FNAC, com ele e deu o seguinte resultado:
- Ainda tem bilhetes para Scorpions?
De repente e logo após eu responder um, ela desgruda o olhar do monitor e olha para mim com um olhar de estranheza.
- Pode confirmar.
Trinta e sete euros (os gajos da FNAC cobram um euro de comissão, os chulos) mais tarde, aqui estou eu a escrever isto!
Vou ver Scorpions sozinho! Quer dizer, vou ver com mais uns milhares de pessoas, mas sozinho!
03 dezembro 2007
mamá bucha!
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Toma lá para aprenderes!! Vi um post com o resultado de um dos muitos testes da Rádio Comercial, num dos meus blogs de leitura obrigatória e logo deixei um comentário a rir-me da personagem! Achei piada, nem foi para gozar.
Como não consegui resistir, também fui fazer o teste, à espera de ser um Sport Billy ou até um Bart Simpson! Mas não!! À pala das brincadeiras, também sou uma Abelhinha Maia! E não estrebucha!
HEHEHEHEHEHE, não é?! TAU!
30 novembro 2007
Ai, ai!
Estou a encerrar uma série de capítulos na minha vida, ou se quiserem, a retirar uma série de pesos das costas, que me pesavam, de há um tempo a esta parte. Não é só um, são vários. Mas todos eles, estão a ser eliminados, um a um! E que bem me estou a sentir!
29 novembro 2007
23 novembro 2007
ainda aí uma virose
O primeiro blog a ficar "infectado" foi o da Menina da Lua e ao que parece - não sei se de facto a Menina acabou com o seu blog e se é definitivo - foi mortal!
De seguida ficou o vírus passou-se para o blog da Mary, que ainda teve uma ligeira melhoria durante o dia de ontem.
Agora, foi o blog da Estrelinha, a ser atingido pelo vírus maléfico! Vai arejar as ideías.
Agora, tenho-vos a dizer que acho muito mal o que fizeram, porque, não sei se repararam, mas vocês, nesta fase do meu blog, eram as minhas musas. Eram aquelas pessoas que estavam sempre por aqui a dizer-me qualquer coisa (não, não me esqueci dos comentários de todos os outros - Ana, Palhaço, Desbocada, Mariana, Kokas e Essência foram os presentes neste meu retorno-, que tenho bem na minha memória) e, por tudo com que me presentearam, gosto de vocês.!
Beijo meu para vocês as três e tudo de bom!
A música é o The Pretender dos Foo Fighters e é a tal música agitada com que acordei na Segunda-Feira. Entretanto e tal como os três blogs aqui referenciados, o Tico e o Teco devem ter ido de férias, pois não acordei com mais nenhuma música na cabeça, durante esta semana. Esta música dá-me uma pica e força, brutais!!
21 novembro 2007
invisível
Apercebi-me ontem que apesar de estarmos todos cá, vivinhos e a mexer, temos alturas em que somos invisíveis.
Cheguei a casa e não havia nada para jantar ou sequer para cozinhar. Fui ao templo do consumismo: Colombo! Comprei uma sandes no Vitaminas e sentei-me numa daquelas imensas mesas que existem na zona de restauração, sozinho e invisível. Concentrei-me na sandes, no ecrã gigante que ali existe e nas pessoas que me rodeavam. Todas as pessoas, se mantinham envolvidas pelas companhia de com quem estavam ou, se sem companhia, pelos seus próprios pensamentos. Continuei a olhar à volta e vi alguém que pensei ser ainda mais invisível do que eu: uma Senhora, que me pareceu ser uma sem-abrigo. Digo pareceu pois, dadas as circunstâncias, é um pouco precipitado eu afirmar uma coisa dessas. Podia até não ser. Mas não deixava de ser invisível!
A Senhora estava sentada numa cadeira, a dormitar. No seu rosto, distinguíamos bondade e entre as muitas rugas que por ele se espalhavam, conseguíamos igualmente, distinguir as rugas criadas pela idade, das rugas criadas pela própria vida e pela sua adversidade. Vestia umas roupas pesadas, no peso e nas cores. As roupas eram velhas e algo sujas. Na cabeça tinha um boné preto e nos pés, uns ténis/botas cor-de-rosa, que davam o único laivo de cor e de alegria aquela imagem. Em cima da mesa, tinha uma pequena garrafa com água e um saco de papel, onde estaria um qualquer bolo ou salgado. A seu lado e tal como ela, descansava um saco de plástico. Pensei, seguindo o meu raciocínio de aquele ser invisível ser uma sem-abrigo, em como seria ser-se constantemente invisível. Muito mau, digo eu!
A realidade, é que em grande parte do tempo, os sem-abrigo, são seres invisíveis. Nós (não todos, como é óbvio), fazemos por torná-los invisíveis. Fingimos que não estão ali, pois a imagem dum sem-abrigo, vai destabilizar o nosso equilíbrio, já por si desequilibrado. Cada vez menos, queremos ver o nosso, por vezes pouco, bem estar, invadido pelo mal estar de outros, que não conhecemos. Por isso, a reacção normal à presença dum sem-abrigo, é indiferença, atribuindo-lhes assim a tal invisibilidade que tantas vezes desejamos para nós próprios. Quando nos vêm pedir uma esmola, nós respondemos-lhes com um não, sem sequer olharmos para as pessoas que ali estão. Lá está! Respondemos, como se estivéssemos a responder para o ar ou para um ser invisível.
Mas tudo isto não passam de palavras, ideias, pre-concepções, opiniões e as opiniões, já sabemos, são como os cús: cada pessoa tem o seu. A Senhora até podia não ser uma sem-abrigo ou até podia ser e viver satisfeita com a sua vida! Não sei. O que é que eu sei afinal? Nada!
Música:
Nelly Furtado – All Good Things (Come To An End)
Foi a música com que o Tico e o Teco me presentearam no Sábado. Foi dia de sentimentalismo.
16 novembro 2007
e se um desconhecido, lhe oferecer...
Há uns meses atrás, numa situação, na segunda circular, um gajo já com os seus sessenta e tais anos, ameaçou que me dava um tiro! Eu, muito sinceramente, nem sei com que cara é que fiquei. Como é que se reaje a uma merda destas?! Por acaso, foi num dia em que a minha reacção foi de, olhar para ele, seguramente com cara de parvo e seguir o meu caminho. Estava apático, mas podia-me dar para pior!
Mas isto, vem a propósito do facto de todos os dias de manhã, às oito da manhã, quando vou no trânsito, ouvir buzinas a torto e a direito, ver pessoas nos carros a esbracejar e a gritar enraivecidos, gritos mudos, por terem os vidros fechados!
Ora, fazendo um pequeno exercício lógico, facilmente nos apercebemos que a vida dessas pessoas só pode ser um mar de stress, pois se às oito da manhã já estão a apertar a corneta da carroça como se não houvesse amanhã e só estão a começar o dia, como é que estarão no final do mesmo, já depois de terem aturado o chefe, os colegas chatos e incompetentes, etc., etc.. Pergunto ainda, o que é que ganham com, como diz o Grande Mestre Quim, apitadelas?
Eu não me esqueço duma coisa que fui aprendendo ao longo da vida. Por muito malucos que sejamos, há sempre alguém mais maluco do que nós! Portanto, se pedem para ver o jogo é bom que tenham cartas para o fazerem!
Entretanto, tem-me acontecido uma coisa engraçada. Não digo todos os dias, mas nalguns dias destas últimas semanas, tenho acordado com uma música na cabeça. Quando digo acordar, não é acordar, levantar-me e ouvir uma música. Não! É acordar e logo na hora ouvir o meu cérebro a trautear a música escolhida para aquela manhã.
Pois bem. Tendo o Tico e o Teco gostos distintos, já me apercebi que a escolha das músicas que me acompanham o despertar é alternada, pois já acordei a ouvir Enrique Iglésias e já acordei a ouvir Linkin Park. Hoje acordei com Linkin Park e o recente Bleed it Out e é isso que vos deixo a ouvir!
Lembrem-se, se um desconhecido vos oferecer porrada ou um tiro, isso não é impulse! São sim, impulsos violentíssimos!!
13 novembro 2007
todos choramos
Choro lágrimas! Lágrimas de tristeza, de alegria, de saudade ou talvez de nada. Eu sei. Sei que choro por mim, choro por ti, choro por nós, choro por eles, choro por tudo e choro por nada! E à medida que choro, as lágrimas que escorrem pelo meu rosto, escorrem...
07 novembro 2007
procura-se ponto final, para uso urgente
Está feito! O meu limite foi atingido e não estou com capacidade, vontade ou sequer intenção de me manter nestas condições! Estou farto de hipocrisias e de faltas de consideração!
Se tudo correr como pretendo, esse novo parágrafo terá lugar longe daqui, pois para além de estar farto da minha situação profissional, estou farto deste país e da sua mentalidade!
Junta-te aos bons e serás como eles! Junta-te aos maus e serás pior do que eles!
Não me levem a mal este desabafo, pois eu adoro o meu País e a minha Nacionalidade, mas acho que a nível profissional, arranjamos melhor lá fora!
E que fique bem claro, que estou REALMENTE FARTO DISTO e que é essa saturação que me faz mover na direcção em que me estou a mover. Tudo irei fazer, para que no início do próximo ano, esteja fora deste país!
Quanto ao resto, que até é referido na letra da música (cinismo, traição, mentira, inveja, guerra, pobreza, etc., etc.), irei encontrar em qualquer parte do globo. Mas preciso urgentemente de mudar!
A música é, mais uma vez, de Boss AC e, também mais uma vez, transmite, quase na totalidade o meu sentimento! Adoro a agressividade e a violência da letra.
25 outubro 2007
taras e manias ou simplesmente pancadas!!

- Malabarismos. Se estiver com uma caneta ou com um isqueiro (este já não é muito comum) na mão, muito rapidamente começo a rodá-los entre os dedos.
24 outubro 2007
mescla de sentimentos
que três apanhados!!!
Adorei o teatro! Aquilo é de morrer a rir! Simplesmente fantástico! Eles conseguem manter um ritmo, que não nos deixa descansar. Nem a nós, nem aos nossos abdominais! É do princípio ao fim a rir! Aconselho vivamente a irem ver e tal como eles pedem, não vou contar nada! A surpresa é excelente.
Teatro à parte, ando completamente destrambelhado! Estou feliz e chateado, revigorado e cansado, simpático e antipático, tranquilo e irritadiço! Isto será possível?! É!! Basicamente, ando mal no trabalho e relativamente bem em tudo o resto!
O trabalho está-me a comer todo por dentro (ainda bem que é só o trabalho, porque isto de me andarem a comer todo por dentro...) e por isso ando sem qualquer vontade de trabalhar. Não pelo trabalho em si, mas pelo que se está a passar! Numa empresa pequena, que devia ter um ambiente familiar, instalou-se um ambiente de desconfiança e de descrédito. Ainda me pergunto se serei só eu - que não sou - que vejo estas coisas e se poderá esta minha saturação ter algo a haver com o facto de não ter férias há dois anos e de aproveitar muito poucos fins-de-semana! Não faço ideía!
Sinto-me um "prostipego" e como bom "prostipego" que sou, só não dou beijinhos, porque na peida, é à grande!!
Vou avisar as altas patentes que estes próximos três dias, vou fazer, unica e exclusivamente o que tiver, obrigatoriamente que fazer! E à distância!!!
Há muito, que queria colocar esta música e é agora ou nunca!! I feel like swinging and I will! Dire Straits - Sultans of Swing
No post anterior esqueci-me de fazer referência à imagem presente. Basicamente quer dizer every day, a good day. Em Português não faz o mesmo sentido!
Não é que me vá embora ou vá desaparecer, mas apetece-me mandar beijos e abraços para quem quer que leia esta coisa que escrevi. Assim sendo, ABREIJOS!!
22 outubro 2007
dia vinte e dois, dia de teatro
Agora, venha o teatro e uma bela dose de gargalhadas
Quanto à música, é o que ando a ouvir agora. Matisyahu, é tranquilizante!
Matisyahu - Warrior
15 outubro 2007
city of angels - iris - goo goo dolls
Descobri este video no blabliu, blabliu, blabliu, blabliu, ponto, ponto, iutubiu, ponto, ponto, be!
Adoro esta música, este filme e a actriz Meg Ryan.
Acho a Meg Ryan linda!
09 outubro 2007
doce despertar
O funeral do Sr. Adriano - 90 anos de boa pessoa, feitos no mesmo dia que eu -, que é o avô do Ricardo, que por sua vez, tem o mesmo nome que eu (Nuno Ricardo) e tal como eu é tratado pelo segundo nome.
Cinquenta quilómetros de bicicleta, distribuídos por dois dias. Sendo que um dos dias, foi no meio da serra, em caminhos tortuosos, mas com vistas privilegiadas para as praias do Salgado (a minha preferida), da Gralha e para a Baía de São Martinho. Muito bom!
Saídas na Sexta (Leiria) e no Sábado (Green Hill), super tranquilas, sem alcoól no sangue e sem fumar. Não houve alvoroço! Apenas diversão descontraída e tranquila.
No entanto, o mais marcante e significativo momento deste fim-de-semana, foi proporcionado pelo meu Mano e realizado pela Minha Sobrinha Beatriz! Tive, simplesmente, o mais maravilhoso despertar de toda a minha vida!
Comecei por ouvir, algo longe, a voz do meu Mano "Vai acordar o Tio, vai!", enquanto ouvia, no soalho, o toque nítido de passos. Passos, não! Passinhos! Passinhos que só podiam pertencer áquela mulher pequena em tamanho, mas enorme, no amor que sinto por ela! Nem 10 segundos foram necessários para que começasse a sentir umas palmadas no meu braço direito, que se estendia, parcialmente, para fora da cama. Com algum custo, mas, por saber quem estava ali, com uma enorme vontade, abri os olhos para vislumbrar aquela carinha linda e pura! Eu sorri e disse-lhe olá, com uma voz rouca e ensonada. Ela respondeu-me com aquele sorriso dela, que me dá forças para mover montanhas!
Naquele instante, acordei, levantei o tronco, inclinei-me para a abraçar e para lhe dar um beijo e deitei-me novamente, a olhar para ela. Ela, simplesmente, fez-me umas festinhas no peito e de seguida encostou a sua cabecinha em mim. Foram apenas 4 ou 5 segundos, mas, sem sombra de dúvida, melhores do que muitos anos da minha vida!
Posso afirmar, sem medo de estar errado, que foi o melhor despertar que alguma vez tive!
Alterei a música, mas mantive o grupo:
ojos de brujo - zambra
02 outubro 2007
os cabrões dos espanhóis!!!

Uma grande noite, com grandes amigos, grande bezana e grande despesa! Resumindo, foi , tipo... sei lá, em GRANDE... dificuldade!!
Não imaginam a vontade de rir que tenho, só de olhar para esta foto e ouvir a música que está a dar! Não podia "encaixar" melhor:
29 setembro 2007
ojos de brujo...
Assim sendo fica a música. Quanto ao grupo, irei, sem sombra de dúvida escrever algo, mas quem quiser, pesquise. Porque se estão a ler isto têm "intermete" e por isso podem dar ao dedo no Google para ver algo mais.
De resto, apenas quero dizer que há muito tempo que um grupo não me fazia o que este me fez! Gosto de todas as músicas, embora umas, mais do que outras. Esta é uma das várias que eu adoro!
O que acham?
Ojos de Brujo - Ventilaor R-80
28 setembro 2007
atitude
Ver perfis do HI5, que eu não conheça. As fotos, do que gostam, etc..
Encontrei um perfil duma rapariga que tinha, como legendas das suas fotos, frases simplesmente fantásticas. E no seu diário, tinha o seguinte:
Girls are like apples on trees. The best ones are at the top of the tree.
The boys don`t want to reach for the good ones because they are afraid of falling and getting hurt. Instead, they just get the rotten apples from the ground that aren't as good, but easy.
So the apples at the top think -something is wrong with them- when, in reality, they're amazing!
They just have to wait for the right boy to come along, the one who's brave enough to climb all the way to the top of the tree, the one who's not afraid of falling...
OJOS DE BRUJO
MUITO BOM!!! Amanhã já deixo aqui.
24 setembro 2007
i have a dream!!

A música:
19 setembro 2007
tem dias...
1 - Permitiu-me "conhecer" e falar com pessoas "novas", sendo a mais presente a Mary Mary, que apesar de não nos conhecermos pessoalmente, considero ser uma pessoa fantástica!
Apesar de tudo isto, tem dias que por estar mais fraco, triste ou até chateado com alguma coisa, não consigo resistir a abrir o e-mail, com a esperança de ter um comentário de alguém! Alguém que seja, para dizer o que quer que seja! Uma barbaridade! Não havendo, fico ainda mais triste e em baixo! Expectativas...
Assim, como me acontece isso com o blog, acontece-me com outras coisas das quais, praticamente, não nos privamos hoje em dia. Por exemplo:
Telemóvel - A quem não aconteceu, desejar que o telemóvel assinale uma chamada ou uma mensagem que seja, daquela pessoa de quem gostamos ou até dum amigo com quem gostávamos/precisávamos de estar e no meu caso de um cliente, para fechar um negócio? E naquela altura que toca? Nós desejamos e temos até a fé que será quem nós queremos e não é!!
Hhhhhmmmm!!!! Mas de onde é que vem esta filosofia toda? É simples! Do texto do Dalai Lama e dum texto que li (aqui há truque) num blog, sobre a felicidade!
Portanto, a nossa inteligência faz de nós seres muito espertos, mas, ao mesmo tempo e precisamente por causa disso, temos mais dúvidas e suspeições e, por conseguinte, mais medos. Creio que a imaginação do medo está muito mais desenvolvida nos humanos do que nos outros animais. Já para não falar dos muitos conflitos no seio da família humana ou da nossa própria família, dos conflitos entre comunidades e nações ou dos conflitos internos de cada indivíduo - tudo conflitos e contradições que surgem das diferentes ideias e visões que a nossa inteligência proporciona. Portanto, por vezes a inteligência também serve, infelizmente, para criar estados de espírito muito infortunados. Nesse sentido, talvez a inteligência seja uma fonte suplementar de miséria para os homens. Ao mesmo tempo, creio que, apesar de tudo, a inteligência é em última análise o instrumento que nos permite vencer todos esses conflitos e diferenças.
enquanto, no texto do tal blog (com truque), se diz, numa comparação entre a felicidade de um "metropolitan" e um "selvagem", o seguinte:
Tendo isto em conta, imaginem um Índio: que nasce no meio da "floresta perdida"; que anda toda uma vida nú (uuuhhh!! erotismo), sem pensar no fatinho Sacoor, Hugo Boss ou Pierre Cardin; que para se movimentar, não usa mais nenhum meio a não ser os seus próprios pés; que come aquilo que apanha ou caça; que para atingir a maioridade tem que saltar duma altura de não sei quantos metros com uma liana agarrada aos pés; que não conhece sequer o que é um livro; que é ele próprio a construir a sua casa, com o que a floresta lhe dá e que quando morre é pura e simplesmente enterrado no seu espaço, ou queimado, ou seja qual for a tradição da tribo.
Agora eu pergunto-me se este Índio não é mil vezes mais feliz do que eu que para ser aceite nesta sociedade, tenho que me vestir bem e caro, ter um bom carro e uma boa casa, que como o que compro, que atinjo a maioridade de que forma? Com a primeira queca? Com o primeiro trabalho? AH!! Já sei! A partir do momento em que tiro a carta, não?! E quando morrer? Deixarei aos meus familiares as despesas do funeral e das partilhas!! Lindo, não?!
acrescentanto no final:
A nossa noção de felicidade é proporcional àquilo que nos dão oportunidade de ter, atingir ou almejar! E quanto mais variedade houver, mais probabilidades haverão de não conseguirmos atingir tudo. Logo, mais probabilidades haverão, de estarmos mais vezes infelizes!
Poderia agora deixar aqui uma pergunta e até pensei nisso! Mas não!! Vou antes deixar uma (várias) afirmação.
Adoro os momentos em que estou em São Martinho, em Santa Ovaia ou em qualquer outro lado, afastado de tudo e não ligo aos telemóveis, televisões ou internet! Acho até que seria muito mais feliz sem nada disso! Já vivi sem isso e era feliz!!
A música, foi simplesmente a que me apeteceu! Gosto desta música:
Rihanna - Umbrella
11 setembro 2007
dalai lama

Por ter, simplesmente, adorado, transcrevo aqui, o que foi dito por Sua Santidade o Dalai Lama, numa Conferência Pública, no Free Trade Hall, em Manchester, no Reino Unido, a 19 de Julho de 1996.
LEIAM!!!!
Penso que todos os seres humanos têm um sentimento inato de ‘si’. Não podemos explicar por que razão este sentimento está presente - o facto é que está. Este sentimento é acompanhado do desejo de sermos felizes e da vontade de acabarmos com o sofrimento, o que é plenamente justificado: temos naturalmente o direito de alcançar tanta felicidade quanta nos for possível, tal como temos o direito de pôr fim ao sofrimento.
Foi a partir deste sentimento que se desenvolveu toda a história da humanidade. Na verdade, ele não se limita aos seres humanos; na perspectiva budista, mesmo o mais pequeno insecto tem este sentimento e tenta, em função das suas capacidades, evitar situações infelizes e obter alguma felicidade.
Todavia, há diferenças fundamentais entre os seres humanos e as outras espécies animais. Essas diferenças resultam da inteligência humana. Graças à nossa inteligência, estamos muito mais avançados e temos maiores capacidades. Podemos pensar no futuro com muito mais alcance e a nossa memória é suficientemente poderosa para nos fazer recuar muitos anos no tempo. Além disso, temos tradições orais e escritas que nos recordam eventos que se passaram há muitos séculos. Hoje em dia, graças aos métodos científicos, podemos mesmo examinar eventos que ocorreram há milhões de anos.
Portanto, a nossa inteligência faz de nós seres muito espertos, mas, ao mesmo tempo e precisamente por causa disso, temos mais dúvidas e suspeições e, por conseguinte, mais medos. Creio que a imaginação do medo está muito mais desenvolvida nos humanos do que nos outros animais. Já para não falar dos muitos conflitos no seio da família humana ou da nossa própria família, dos conflitos entre comunidades e nações ou dos conflitos internos de cada indivíduo - tudo conflitos e contradições que surgem das diferentes ideias e visões que a nossa inteligência proporciona. Portanto, por vezes a inteligência também serve, infelizmente, para criar estados de espírito muito infortunados. Nesse sentido, talvez a inteligência seja uma fonte suplementar de miséria para os homens. Ao mesmo tempo, creio que, apesar de tudo, a inteligência é em última análise o instrumento que nos permite vencer todos esses conflitos e diferenças.
Nesta perspectiva, entre todas as espécies animais deste planeta, os seres humanos são os maiores desordeiros. Isso é claro. Imagino que se deixasse de haver seres humanos neste planeta, o planeta em si tornar-se-ia um lugar mais seguro! Milhões de peixes, de galinhas e de outros pequenos animais iriam certamente beneficiar de uma verdadeira espécie de libertação!
Por conseguinte, é importante utilizarmos a inteligência humana de um modo construtivo. Essa é a chave. Se utilizássemos as suas faculdades adequadamente, não só os seres humanos causariam menos dano uns aos outros e ao planeta, como cada ser humano, individualmente, seria mais feliz. Isso está nas nossas mãos. Utilizar bem ou mal a nossa inteligência depende de nós. Ninguém nos pode impor os seus valores. Como podemos aprender a utilizar as nossas capacidades construtivas? Primeiro, devemos começar por reconhecer a nossa natureza; só então, caso estejamos determinados a tanto, temos a possibilidade de transformar realmente o nosso coração de ser humano.
A partir destas ideias, hoje vou falar sobre o modo como um ser humano, enquanto indivíduo, pode encontrar a felicidade - porque eu acredito que a chave de todo o resto está no indivíduo. Para que a mudança surja numa comunidade, a iniciativa tem de partir do indivíduo. Se o indivíduo se tornar uma pessoa boa, calma e tranquila, isso cria automaticamente uma atmosfera positiva na família que o, ou a, rodeia. Em geral, quando os pais estão cheios de ternura e são pessoas calmas e pacíficas, os filhos desenvolvem o mesmo tipo de atitudes e comportamentos.
O nosso modo de ser funciona de tal maneira que somos frequentemente perturbados por factores exteriores, pelo que um dos lados da questão consiste em eliminarmos os problemas que nos rodeiam. O meio-ambiente, no sentido da situação ou daquilo que nos rodeia, é um factor muito importante para estabelecermos um estado de espírito feliz. Contudo, o outro lado da questão, a nossa própria atitude mental, é ainda mais importante.
O ambiente que nos rodeia pode não ser muito favorável, pode mesmo ser hostil, mas se a nossa atitude interior for adequada, essa situação acaba por não perturbar a nossa paz de espírito. Por outro lado, se a nossa atitude não for correcta, mesmo rodeados de amigos e de facilidades seremos incapazes de ser felizes. Por isso, a atitude mental é mais importante do que as condições exteriores. Apesar disso, parece-me que a maior parte das pessoas está mais preocupada com condições exteriores, negligenciando a sua atitude de espírito interior. A minha sugestão é que devíamos dar mais atenção às nossas qualidades interiores.
Há inúmeras qualidades que são importante para a paz de espírito, mas, pela pouca experiência que tenho, creio que um dos elementos mais importantes é a atitude humana de afeição e de compaixão: o sentimento que nos leva a interessar-nos pelos outros.
Permitam-me que explique o que entendo por compaixão. Habitualmente, o nosso conceito de compaixão ou de amor refere-se ao sentimento de proximidade que temos pelos nossos amigos e entes queridos. Por vezes a compaixão acarreta também um sentimento de piedade, o que não está certo - qualquer sentimento de amor ou de compaixão que implique olhar de cima para os outros não é uma verdadeira compaixão. Para ser autêntica, a compaixão deve basear-se no respeito pelo outro e na compreensão de que os outros, tal como nós, têm o direito de ser felizes e de acabar com o sofrimento. A partir daí, porque tomamos consciência do seu sofrimento, desenvolvemos um verdadeiro sentimento de preocupação pelos outros.
Quanto à proximidade que sentimos pelos nossos amigos, em geral esse sentimento é mais um tipo de apego do que compaixão. A verdadeira compaixão deve ser imparcial. Se nos sentimos próximos dos nossos amigos, mas não dos inimigos ou do grande número de pessoas que nos são desconhecidas e indiferentes, nesse caso, apenas temos uma compaixão parcial ou preconcebida.
Como disse atrás, a verdadeira compaixão baseia-se no reconhecimento de que o direito dos outros à felicidade é idêntico ao nosso e que, por conseguinte, mesmo um inimigo é um ser humano que, tal como nós, aspira à felicidade e, tal como nós, tem o direito de ser feliz. Chamamos compaixão ao sentimento de interesse pelos outros que se desenvolve nesta base - uma compaixão que se estende a todos, independentemente da atitude amigável ou hostil que possam ter por nós.
Um aspecto deste tipo de compaixão é o sentimento de responsabilidade pelos outros. Quando desenvolvemos semelhante motivação, a nossa autoconfiança cresce automaticamente. Isso, por sua vez, reduz o medo, o que nos serve de base para uma grande determinação. Se logo à partida estivermos firmemente determinados a cumprir uma tarefa difícil, pouco importa se falharmos à primeira, à segunda ou à terceira vez. O nosso objectivo é muito claro, pelo que continuamos a esforçar-nos. Esta espécie de optimismo e de atitude determinada é um factor crucial para o sucesso.
A compaixão dá-nos igualmente uma grande força interior. Uma vez desenvolvida, ela abre-nos, naturalmente, uma porta interior, através da qual podemos comunicar facilmente e de coração a coração com os nossos semelhantes, os seres humanos, e mesmo com os outros seres sensíveis. Por outro lado, se tivermos ódio e maus sentimentos pelos outros, eles poderão sentir o mesmo por nós. Em consequência, a suspeição e o medo acabam por criar uma grande distância entre nós e os outros, ao ponto da comunicação tornar-se muito difícil e de acabarmos por nos sentir sós e isolados. Não significa que todos os membros da comunidade vão nutrir sentimentos negativos para connosco, mas talvez alguns olhem para nós de uma maneira negativa, por causa da nossa própria atitude.
Se cultivarmos sentimentos negativos pelos outros e ainda assim esperarmos que eles nos tratem com amizade, não estamos a ser razoáveis. Se quisermos que a atmosfera que nos rodeia seja mais amigável, temos de começar por criar um terreno que o proporcione. Caso mesmo assim os outros reajam negativamente connosco, temos então todo o direito de agir em consequência.
Eu tento criar sempre um terreno propício à amizade com as pessoas. Quando encontro alguém pela primeira vez, por exemplo, dispenso apresentações. Essa pessoa é, obviamente, um outro ser humano. Talvez algures no futuro os avanços da tecnologia me façam confundir um robot com um ser humano, mas até agora isso nunca me aconteceu. Vejo um sorriso, uns dentes a espreitar, um olhar... e reconheço logo essa pessoa como um ser humano! Sendo assim, do ponto de vista emocional somos idênticos e mesmo ao nível físico somos basicamente idênticos, excepto, talvez, na cor. Mas quer os ocidentais tenham o cabelo louro, azul ou branco, isso pouco importa. O importante é sermos emocionalmente idênticos. Com esta convicção, sinto que a outra pessoa é um irmão humano e aproximo-me dela espontaneamente. Na maior parte dos casos, a pessoa reage imediatamente em sintonia e tornamo-nos amigos. Às vezes falho e, nesse caso, tenho a liberdade de reagir segundo as circunstâncias.
Por conseguinte, devemos basicamente aproximar-nos dos outros com abertura, reconhecendo em cada pessoa um ser humano igual a nós. Não há assim diferenças tão grandes entre todos nós.
A compaixão cria naturalmente uma atmosfera positiva e, em consequência, sentimo-nos tranquilos e contentes. Onde quer que viva uma pessoa compassiva, reina sempre uma atmosfera agradável. Mesmo os cães e os pássaros aproximam-se facilmente de pessoas assim. Há já quase cinquenta anos, eu costumava guardar alguns pássaros no jardim do Norbulingka, o Palácio de Verão em Lhasa. Entre eles havia um pequeno papagaio. Nessa altura, eu tinha um velho servidor com ar de poucos amigos - com um olhar muito duro, de olhos esbugalhados - que passava a vida a dar de comer ao papagaio, (nozes e esse tipo de coisas). Por isso, sempre que esse servidor aparecia - às vezes bastava o simples som dos seus passos ou uma tossidela - o papagaio ficasse todo excitado. Ele tinha uns modos extremamente amigáveis com esse passaroco e era retribuído de uma maneira espantosa. Nalgumas raras ocasiões, eu também tentei dar-lhe umas nozes, mas ele nunca me demonstrou grande afeição; um dia pus-me então a espicaçá-lo com um pau, na esperança que ele reagisse melhor; o resultado foi totalmente negativo. Como eu estava a usar mais força do que a dele, o pássaro reagiu em consequência.
Portanto, se quisermos ter verdadeiros amigos, temos de começar por criar uma atmosfera positiva à nossa volta. Nós somos, apesar de tudo, animais sociais e os amigos são muito importantes. Como havemos de fazer para provocar um sorriso nas pessoas? Se ficarmos carrancudos e desconfiados, é muito difícil. Se tiverem muito dinheiro ou poder, talvez consigam obter de algumas pessoas um sorriso artificial, mas um verdadeiro sorriso só pode surgir da compaixão.
A questão é: como desenvolver a compaixão? Com efeito, será que podemos realmente cultivar uma compaixão imparcial por todos? A minha resposta é sim, absolutamente. Eu acredito que a natureza humana é gentil e compassiva, embora haja pessoas, tanto agora como no passado, que pensam que ela é basicamente agressiva. Examinemos este ponto.
Quando somos concebidos e enquanto estamos no ventre da nossa mãe, a sua atitude compassiva e a tranquilidade do seu estado mental são factores muito positivos para o nosso desenvolvimento. Se o espírito da mãe for muito agitado, isso prejudica-nos. E ainda mal começamos a nossa vida! Aliás, no próprio momento da concepção o estado de espírito dos pais é importante. Uma criança concebida através de uma violação, por exemplo, não será uma criança desejada, o que é horrível. Para que tudo se passe da melhor maneira, a concepção deve proceder de um amor verdadeiro, de um respeito mútuo, e não de uma paixão desenfreada. Não basta um caso amoroso pontual, os dois parceiros devem conhecer-se bem e respeitar-se - é a base de um casamento feliz. Além disso, o casamento devia ser para a vida inteira ou, pelo menos, durar muito tempo. Nessas condições é possível dar origem a uma nova vida convenientemente.
Nas primeiras semanas que se seguem ao nascimento, isto segundo a ciência médica, o cérebro da criança ainda está em desenvolvimento. Durante esse período, dizem os especialistas, o contacto físico é um factor crucial para um desenvolvimento adequado do cérebro. Só por si, isso mostra-nos que o simples crescimento do nosso corpo requer a afeição de outrém.
Após o nascimento um dos primeiros actos da mãe é dar de mamar ao bebé. Por sua vez, um dos primeiros actos do bebé é mamar. O leite é muitas vezes considerado o símbolo da compaixão. Tradicionalmente, sem ele a criança não consegue sobreviver. Graças ao mamar, a proximidade entre a mãe e a criança aumenta. Se essa proximidade não existisse, a criança não procuraria o peito da mãe e se a mãe estiver desgostosa com o bebé, o leite pode não correr abundante. Isto significa que o primeiro acto da nossa vida, o acto de mamar, é um símbolo de afeição. Sempre que vou a uma igreja e vejo imagens de Nossa Senhora com o Menino Jesus nos braços lembro-me disso; para mim, isso é um símbolo do amor e da afeição.
Descobriu-se que as crianças que crescem em lares onde o amor e a afeição estão presentes têm um desenvolvimento físico mais saudável e são melhores alunos. Em contrapartida, as crianças carentes de afeição têm mais dificuldades em desenvolver-se física e mentalmente. Mais tarde, quando forem crescidas, ser-lhes-á igualmente mais difícil mostrar afeição, o que é uma grande tragédia.
Vejamos agora os últimos momentos da nossa vida - a morte. Mesmo no momento da morte, apesar do moribundo não poder realmente beneficiar por aí além da presença dos amigos, se estiver bem acompanhado, talvez o seu espírito esteja mais calmo. Por conseguinte, ao longo de toda a nossa vida, desde o primeiro instante até à morte, a afeição tem um papel muito importante a desempenhar.
Uma disposição afectiva não só torna o espírito mais calmo e tranquilo, como afecta positivamente o nosso corpo. Por outro lado, o ódio, a inveja e o medo perturbam a nossa paz de espírito, tornam-nos agitados e afectam negativamente o nosso corpo. O próprio corpo precisa de paz de espírito e não lhe apraz a agitação. Isto mostra-nos que o apreço pela paz está-nos no sangue.
Por conseguinte, embora haja quem não esteja de acordo, creio que apesar do lado agressivo da nossa natureza fazer parte da vida, a força dominante da vida é a afeição. Razão pela qual é possível fortalecer esta bondade fundamental, que é a nossa natureza humana.
Podemos igualmente abordar a importância da compaixão através da inteligência e do raciocínio. Se eu ajudar uma pessoa e lhe mostrar o interesse que tenho por ela, acabo por também beneficiar disso. Todavia, se eu fizer mal aos outros, talvez venha a encontrar-me em dificuldades. Às vezes digo, meio a sério meio a brincar, que se quisermos realmente ser egoístas, mais vale sermos egoístas espertos do que egoístas tolos. A nossa inteligência pode ajudar-nos a ajustar a nossa atitude a este respeito. Se a utilizarmos bem, podemos descobrir como levar a cabo o nosso interesse próprio levando um tipo de vida compassiva. Podemos, inclusivamente, usar o argumento de que ser compassivo é, em última análise, a melhor forma de egoísmo.
Neste contexto, não creio que o egoísmo esteja errado. Gostar de si próprio é fundamental. Se não gostarmos de nós, como havemos de amar os outros? Parece-me que há pessoas que ao falarem de compaixão têm a noção que isso implica um desprezo completo pelo seu interesse próprio - um sacrifício dos seus interesses. Ora, isso não está certo. Com efeito, o verdadeiro amor deve começar por ser direccionado para nós.
Há dois sentimentos de ‘eu’ diferentes. Um deles, que não hesita em fazer mal às pessoas, é negativo e só nos traz problemas. O outro, baseado na determinação, na força de vontade e na autoconfiança, é um sentimento de ‘eu’ absolutamente necessário. Sem ele, como poderíamos cultivar a confiança necessária para cumprirmos os objectivos que nos impomos? De modo semelhante, há igualmente dois tipos de desejo. O ódio, no entanto, é invariavelmente negativo e destruidor da harmonia.
Como diminuir o ódio? Geralmente, o ódio é precedido pela irritação. A irritação surge como uma reacção emotiva e desenvolve-se gradualmente até ao sentimento de ódio. Neste caso, a habilidade consiste em saber, antes de mais, que a irritação é algo de negativo. Muitas vezes, as pessoas pensam que a irritação faz parte de si e que é melhor exprimi-la; creio, no entanto, que isso é uma ideia pouca sensata. Talvez as pessoas que se sentem ofendidas ou ressentidas por questões do passado tenham a expectativa de resolver esses sentimentos exprimindo a sua raiva. Talvez isso não seja impossível. Contudo, em geral é preferível estarem atentos à vossa irritação, de modo a que, gradualmente, ano após ano, ela vá diminuindo. Segundo a minha experiência, isso é mais fácil se adoptarmos a posição de que a irritação é negativa e que é melhor deixarmos de a sentir. Esta postura, em si, faz uma grande diferença.
Sempre que a irritação está prestes a surgir, podemos treinar-nos a ver o objecto da nossa raiva sob um prisma diferente. Basicamente, toda e qualquer pessoa ou circunstância que nos provoca raiva é relativa; vista de um certo ângulo provoca-nos raiva, mas, se a virmos noutra perspectiva, talvez possamos descobrir algumas coisas boas nela. Por exemplo, eu perdi o meu país e tornei-me um refugiado. Se olhar para esta situação sob este ângulo, talvez me sinta frustrado e triste. Todavia, o mesmo acontecimento criou-me novas oportunidades - encontrar-me com pessoas de outras tradições religiosas e assim por diante. Desenvolver uma maneira mais flexível de ver as coisas ajuda-nos a cultivar uma atitude mental mais equilibrada. Este é um dos métodos.
Noutras situações, por exemplo, ficamos doentes e quanto mais pensamos na nossa doença mais frustrados ficamos. Neste caso, talvez seja útil compararmos a nossa situação com o pior cenário possível relacionado com essa doença ou com o que aconteceria se tivéssemos apanhado uma doença ainda pior, etc. Deste modo, podemos consolar-nos, ao compreendermos que podia ser pior. Uma vez mais, treinamo-nos em ver a relatividade da nossa situação. Se a compararmos com algo de muito pior, isso reduz imediatamente a nossa frustração.
Similarmente, quando as dificuldades surgem, talvez elas nos pareçam enormes se as olharmos de perto, mas, se olharmos para o mesmo problema numa perspectiva mais alargada, ele parece logo menos importante. Graças a estes métodos e ao desenvolvimento de uma perspectiva mais vasta das coisas, sempre que tivermos de enfrentar problemas poderemos diminuir a frustração. Talvez precisem de um esforço constante, mas, se o aplicarem deste modo, verão que o vosso lado irritado irá diminuir. Enquanto isso, o vosso lado compassivo vai-se fortalecendo e o vosso potencial positivo desenvolvendo. Combinando estas duas abordagens, uma pessoa negativa pode tornar-se numa boa pessoa. É este método que utilizamos para efectuar esta transformação.
Por acréscimo, talvez uma fé religiosa, caso a tenham, seja útil para alargarem essas qualidades. Os Evangelhos, por exemplo, ensinam-nos a dar a outra face, o que nos mostra claramente a prática da tolerância. Para mim, a mensagem principal dos Evangelhos é o amor pelos seres humanos, nossos semelhantes, e a razão pela qual o desenvolvemos é o amor que temos por Deus - o que eu compreendo no sentido de ter um amor infinito. Este tipo de ensinamentos religiosos são muito poderosos para desenvolver e ampliar as nossas qualidades. A abordagem budista apresenta um método muito preciso. Primeiro, procuramos considerar todos os seres sensíveis como iguais. Depois, consideramos que a vida de todos os seres é tão preciosa como a nossa e desenvolvemos assim um sentimento de interesse pelos demais.
E no caso de uma pessoa sem fé religiosa? Seguir ou não uma religião é um assunto do foro de cada indivíduo. Pode-se muito bem passar sem religião e, nalguns casos, isso torna inclusivamente a vida mais simples! Mas o facto de não terem qualquer interesse pela religião não deve fazer com que negligenciem o valor das qualidades humanas. Enquanto seres humanos e membros da sociedade humana, temos necessidade da compaixão. Sem ela não podemos ser felizes. Uma vez que todos desejamos ser felizes e ter amigos e uma família feliz, temos de cultivar a compaixão e a afeição. É importante reconhecer que há dois níveis de espiritualidade: um com fé religiosa, outro sem. Com este último, devemos tentar simplesmente ser pessoas de bom coração.
Devemos também lembrar-nos que ao cultivarmos uma atitude compassiva a não-violência surge automaticamente. Não-violência não é um termo diplomático, é a compaixão em acção. Se tiverem o coração repleto de ódio, as vossas acções serão frequentemente violentas, enquanto se tiverem o coração cheio de compaixão elas serão não-violentas.
Como disse atrás, enquanto houver seres humanos nesta Terra haverá sempre desacordos e visões conflituosas. Podemos tomar isso por garantido. Se utilizarmos a violência para reduzir os desacordos e os conflitos, cada vez podemos esperar mais violência e creio que o resultado disso será terrível. Além do mais, na verdade é impossível eliminar os desacordos através da violência. A violência só serve para aumentar os ressentimentos e a insatisfação.
Não-violência, por sua vez, significa diálogo, significa usar a linguagem para comunicar. E diálogo significa compromisso: ouvir a opinião dos outros e respeitar os direitos dos outros num espírito de reconciliação. Ninguém sai cem por cento vencedor e ninguém sai cem por cento vencido. Esta é uma via praticável. Na verdade, é a única via. Hoje em dia, à medida que o mundo se vai tornando cada vez mais pequeno, o conceito de ‘nós’ e de ‘eles’ praticamente passou de validade. Se os nossos interesses pudessem existir independentemente dos interesses dos outros, talvez fosse possível ganhar ou perder completamente, mas uma vez que, na realidade, todos nós dependemos uns dos outros, os nossos interesses e os dos outros estão consideravelmente interligados. Por isso, como pode alguém obter uma vitória a cem por cento? É impossível. Temos de partilhar; metade para cada lado, ou talvez sessenta por cento de um lado e quarenta por cento do outro! Sem esta abordagem, a reconciliação é impossível.
A realidade do mundo de hoje implica que temos de aprender a pensar deste modo. Esta é a base da minha abordagem das coisas - a abordagem do ‘caminho do meio’. Nós, os tibetanos, não poderemos obter uma vitória a cem por cento, porque, quer queiramos ou não, o futuro do Tibete depende em grande parte da China. Por conseguinte, num espírito de reconciliação, eu advogo uma partilha de interesses, de modo a que seja possível um verdadeiro progresso. O compromisso é a única via. Através de meios não-violentos podemos partilhar visões, sentimentos e direitos e, deste modo, podemos resolver os problemas.
Por vezes digo que o Século XX foi o século do sangue derramado, um século de guerras. Ao longo do Século XX houve mais conflitos, mais derramamento de sangue e mais armas do que em qualquer outro. Portanto, com a experiência que todos nós tivemos desse século e com tudo o que aprendemos, creio que devíamos considerar o próximo como um século de diálogo. O princípio da não-violência deve ser praticado por toda a parte. Ora, isso não se consegue se ficarmos simplesmente aqui sentados a rezar. Isso implica trabalho, esforço e mais esforço.
Muito obrigado.
04 setembro 2007
obstáculos

A nossa vida poderá também ser isso! Uma pista de obstáculos, sendo ainda a própria vida aquele Sargento lixado que, quando até estamos a conseguir passar os obstáculos e já a ver o descampado para correr livremente ou simplesmente descansar, nos manda para o início da pista, fazer tudo de novo.
Recomeçamos e chegamos àquela parede lisa com 4 metros que temos de trepar mas não conseguimos. Até já a trepámos não sei quantas vezes, mas olhamos para ela e simplesmente não sabemos como trepá-la ou sequer se queremos. Vemos outros a fazê-lo e até parece fácil, mas nós não conseguimos.
Temos companheiros a encorajar-nos, a dizerem que conseguimos e que é fácil. Alguns até nos tentam levantar em ombros para nos ajudar a subir, mas nem assim, porque no nosso íntimo sabemos que temos de ser nós a fazê-lo, sozinhos.
Depois vemos outros que contornam a parede em vez de a superarem e continuam. The easy way! Not my way! Eu sou dos que fica a olhar para a imponente parede. Vezes houve que até me sentei e ali fiquei, a olhar, enquanto todos os outros, duma forma ou de outra, a passavam, até me acontecer algo (talvez levar com alguém em cima), que me fez reagir! De repente surgem forças, não sei bem donde, e aquilo que parecia a coisa mais difícil do mundo torna-se numa brincadeira de crianças!
Para além da parede, temos o fosso! Quantas vezes, estamos atolados na merda e, ainda assim, temos que continuar a viver? Alguém nos empurra lá para dentro - isto quando não somos nós próprios a saltar lá para dentro - e andamos metros (meses) e por vezes até quilómetros (anos) a caminhar com merda pelo pescoço. E as únicas pessoas com quem vamos tendo contacto, são aquelas que estão na mesma situação que nós ou até pior (porque são mais baixos e em vez de pelo pescoço, têm merda pelo nariz). De vez em quando lá passa um ou outro, que nos estende a mão para nos tirar dali, mas nós não queremos! Temos que conseguir sair sozinhos! Ou então até agarramos a mão, mas em vez de sairmos, puxamos quem nos quer ajudar. Isto repete-se um sem número de vezes e às tantas, quando reparamos, os que estão de fora, já só olham para baixo com um ar de tristeza e por vezes até pena, mas continuam a seguir o caminho deles!
Temos ainda aquele tubo, por onde temos que rastejar, sozinhos, apertados e a ver a luz no final. Por vezes estamos tão fartos, que simplesmente nos deixamos estar ali, praticamente enclausurados. Sabemos que basta rastejar mais um pouco e temos luz, novamente. Mas não! Preferimos mantermo-nos sozinhos, no escuro, apertados! E por vezes, quando saímos, estamos tão habituados ao escuro, que a luz nos fere os olhos, impedindo-nos de ver. Com a cegueira acabamos por acertar, empurrar ou atropelar quem não queremos ou até não ver uma mão que nos é estendida por alguém, para nos guiar, enquanto os olhos não se habituam.
Enfim! Obstáculos! Cada um de nós ultrapassa-os como sabe. Uns estão mais preparados do que outros para os ultrapassarem. Outros vão ultrapassando com mais dificuldade e mais devagar e outros ainda, simplesmente não os ultrapassam, contornam-nos!
Mary, tu és uma pessoa fantástica e só sofres tanto por isso mesmo! Sofres porque te preocupas! Porque gostas! Porque amas a vida e a alegria! Vais conseguir ultrapassar mais um obstáculo. Consegues sempre!
03 setembro 2007
de puta madre

À tarde fui ter com o Alexandre e com o Hugo, para irmos para o Guincho. Aí passámos uma tarde de praia, brutal, finalizada com uma bolinha de berlim maravilhosa!
Depois da praia fomos para casa, sem planearmos nada para a noite. Eu fui para casa do Hugo, como tínhamos combinado, para não ter que estar a vir para Lisboa e voltar! Lá, tive a Honra de conhecer os Pais dele - conhecendo o filho, só poderiam ser boas pessoas -, que são excelentes.
Jantámos e enquanto jantávamos, eu ia observando e admirando a forma como o Hugo se dá com os Pais, especialmente a Mãe. Houve momentos em que me lembrei da minha Mãe e em que senti saudades de a ter ao meu lado, a jantar e a questionar-me sobre as amigas e possíveis namoradas. A querer saber tudo da minha vida! Na altura ficava chateado, mas hoje sinto uma enorme saudade daquele sorriso malandro que ela fazia sempre que queria saber algo que eu não queria dizer, mas que ela desconfiava (as mães sabem tudo, mesmo quando não sabem)!
Adorei ver a forma como te dás com os teus Pais, Hugo! Parabéns!
No final, ainda houve tempo para experimentarmos uma aguardente que trouxeram ao pai do Hugo, de Viseu e que ele nos deu a experimentar. Muito boa!
A aguardente foi, como que, o tiro de partida para uma desgraça total!
Eu e o Hugo, arrancámos em direcção a nada e depois de uma volta a Cascais, a ouvir Carlos do Carmo (Canoas do Tejo, Estrela da Tarde e Lisboa Menina e Moça), acabámos em frente à casa do Alexandre (que é perto da casa do Hugo), no Paulinho, a beber minis. Entretanto, o Alexandre saíu - ainda dissemos adeus aos Pais dele, que são também umas Pessoas espetaculares!! - e nós continuámos nas minis. Algum tempo depois chegou o Castelo e, mais minis!!
Dali fomos para o Hemingway, na marina de Cascais. Aí começou-se a perceber que esta noite ia ser memorável!!
Quando chegámos, não tinhamos onde nos sentar, então, pegámos em quatro cadeiras duma pilha que estava lá no canto e sentámo-nos numa zona "morta" da esplanada. Pouco tempo depois, tinhamos uma mesa, cortesia da Inês - uma das empregadas -, que é uma simpatia.
Foi uma noite simplesmente genial! Já não me divertia assim, há muito tempo!
Ontem, na praia da rata, passámos o dia com o cérebro ligado à máquina. Autênticos vegetais, mesmo!
Uma palavra especial para o pessoal do Hemingway, que nos aturou, quer na Marina, quer no Tamariz! É preciso paciência!!!
A música que acompanha, é um dos "faduchos", com que começámos a noite: